''NÃO PRECISA ME AMAR MUITO, BASTA ME AMAR DE VERDADE''

Meu blog, meu cantinho onde declaro
o meu amor e tudo e a todas as pessoas
que eu amo, imagens, gifs, poemas e frases
tudo aqui, no mais completo romantismo.

Meu cantinho... Meu blog

EU AMO ZEZÉ DI CAMARGO

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Historinhas Infantil

Adaptado do conto dos Irmãos Grimm

Era uma vez um lenhador que vivia feliz com
sua esposa. Os dois estavam muito contentes porque a mulher estava
grávida do primeiro filho do casal.
Ao lado da casa do lenhador morava um bruxa muito egoísta.
Ela nunca dava nada para ninguém. O quintal de sua casa era enorme
e tinha um pomar e uma horta cheios de frutas e legumes saborosos,
mas a bruxa construiu um muro bem alto cercando seu quintal, para
ninguém ver o que tinha lá dentro!
Na casa do lenhador havia uma janela que se abria para o
lado da casa da bruxa, e sua esposa ficava horas ali olhando para
os rabanetes da horta, cheia de vontade...
Um dia a mulher ficou doente. Não conseguia comer nada que
seu marido lhe preparava. Só pensava nos rabanetes...
O lenhador ficou preocupado com a doença de sua mulher e
resolveu ir buscar os rabanetes para a esposa. Esperou anoitecer,
pulou o muro do quintal da bruxa e pegou um punhado deles.
Os rabanetes estavam tão apetitosos que a mulher quis comer
mais. O homem teve que voltar várias noites ao quintal da bruxa
pois, graças aos rabanetes, a mulher estava quase curada.
Uma noite, enquanto o lenhador colhia os rabanetes, a velha
bruxa surgiu diante dele cercada por seus corvos.
— Olhem só! — disse a velhota — Agora sabemos quem está roubando meus rabanetes!
O homem tentou se explicar, mas a bruxa já sabia de tudo e
exigiu em troca dos rabanetes a criança que ia nascer.
O pobre lenhador ficou tão apavorado que não conseguiu dizer não
para a bruxa.
Pouco tempo depois, nasceu uma linda menina. O lenhador e
sua mulher estavam muito felizes e cuidavam da criança com todo o
carinho.
Mas a bruxa veio buscar a menina. Os pais choraram e
imploraram para ficar com a criança, mas não adiantou. A malvada a
levou e lhe deu o nome de Rapunzel.
Passaram-se os anos. Rapunzel cresceu e ficou muito linda. A
bruxa penteava seus longos cabelos em duas traças, e pensava:
“Rapunzel está cada vez mais bonita! Vou prendê-la numa
torre da floresta, sem porta e com apenas uma janela, bem alta,
para que ninguém a roube de mim, e usarei suas tranças como
escada.”

E assim aconteceu. Rapunzel, presa na torre, passava os dias
trançando o cabelo e cantando com seus amigos passarinhos.
Todas as vezes que a bruxa queria visitá-la ia até a torre e
gritava:
— Rapunzel! Jogue-me suas tranças!
A menina jogava as tranças e a bruxa as usava para escalar a
torre.
Um dia passou por ali um príncipe que ouviu Rapunzel
cantarolando algumas canções. Ele ficou muito curioso para saber
de quem era aquela linda voz. Caminhou as redor da torre e
percebeu que não tinha nenhuma entrada, e que a pessoa que cantava
estava presa.
O príncipe ouviu um barulho e se escondeu, mas pôde ver a
velha bruxa gritando sob a janela:
— Rapunzel! Jogue-me suas tranças!
O príncipe, então, descobriu o segredo. Na noite seguinte
foi até a torre e imitou a voz da bruxa:
— Rapunzel! Jogue-me suas tranças!
Rapunzel obedeceu o chamado, mas assustou-se ao ver o
príncipe entrar pela janela.
— Oh! Quem é você? — perguntou Rapunzel.
O príncipe contou o que acontecera e declarou seu amor por
Rapunzel. Ela aceitou se encontrar com ele, mas pediu que os
encontros fossem às escondidas, pois a bruxa era muito ciumenta.
Os dois passaram a se ver todos os dias, até que Rapunzel,
muito distraída, disse um dia para a bruxa:
— Puxa, a senhora é bem mais pesada que o príncipe!
A bruxa descobriu os encontros da menina com o príncipe e
cortou suas tranças. Chamou seus corvos e ordenou que levassem
Rapunzel para o deserto para que ela vivesse sozinha.
O príncipe, que não sabia de nada, foi visitar Rapunzel. A
bruxa segurou as tranças da menina e as jogou para baixo. Quando
ele chegou na janela, a bruxa o recebeu com uma risada macabra e
largou as tranças. Ele despencou, caindo sobre uma roseira. Os
espinhos furaram seus olhos, e ele ficou cego.
Mesmo assim, o príncipe foi procurar sua amada Rapunzel,
tateando e gritando seu nome.
Andou por dias, até chegar ao deserto. Rapunzel ouviu o
príncipe chamar por ela e correu ao seu encontro. Quando descobriu
que o príncipe estava cego começou a chorar. Duas lágrimas caíram
dentro dos olhos do rapaz e ele voltou a enxergar!
Assim, os dois jovens foram para o palácio do príncipe, se
casaram e viveram felizes. Os pais de Rapunzel foram morar no
palácio e a bruxa egoísta ficou com tanta raiva que se trancou na
torre e nunca mais saiu de lá.
Fonte: www.qdivertido.com.br

                                                                                  AS FADAS


Era uma vez uma viúva que tinha duas filhas.
A mais velha se parecia tanto com ela, no humor e de rosto, que quem a via, enxergava a própria mãe. Mãe e filha eram tão desagradáveis e orgulhosas que ninguém as suportava.
A filha mais nova, que era o retrato do pai, pela doçura e pela educação, era, ainda por cima, a mais linda moça que já se viu.
Como queremos bem, naturalmente, a quem se parece conosco, essa mãe era louca pela filha mais velha. E tinha, ao mesmo tempo, uma tremenda antipatia pela mais nova, que comia na cozinha e trabalhava sem parar como se fosse uma criada.
Tinha a pobrezinha, entre outras coisas, de ir, duas vezes por dia, buscar água a meia légua de casa, com uma enorme moringa, que voltava cheia e pesada.
Um dia, nessa fonte, lhe apareceu uma pobre velhinha, pedindo água:
- Pois não, boa senhora - disse a linda moça.
E, enxaguando a moringa, tirou água da mais bela parte da fonte, dando-lhe de beber com as próprias mãos, para auxiliá-la.
A boa velhinha bebeu e disse:
- Você é tão bonita, tão boa, tão educada, que não posso deixar de lhe dar um dom .Na verdade, essa mulher era uma fada, que tinha tomado a forma de uma pobre camponesa para ver até onde ia a educação daquela jovem.
- A cada palavra que falar - continuou a fada -, de sua boca sairão uma flor ou uma pedra preciosa.
Quando a linda moça chegou a casa, a mãe reclamou da demora.
- Peço-lhe perdão, minha mãe - disse a pobrezinha -, por ter demorado tanto.
E, dizendo essas palavras, saíram-lhe da boca duas rosas, duas pérolas e dois enormes diamantes.
- O que é isso? - disse a mãe espantada -, acho que estou vendo pérolas e diamantes saindo da sua boca. De onde é que vem isso, filha? Era a primeira vez que a chamava de filha.
A pobre menina contou-lhe honestamente tudo o que tinha acontecido, não sem pôr para fora uma infinidade de diamantes.
- Nossa! - disse a mãe -, tenho de mandar minha filha até a fonte.
- Filha, venha cá, venha ver o que está saindo da boca de sua irmã quando ela fala; quer ter o mesmo dom? Pois basta ir à fonte, e, quando uma pobre mulher lhe pedir água, atenda-a educadamente.
- Só me faltava essa! - respondeu a mal-educada- Ter de ir até a fonte! 
- Estou mandando que você vá - retrucou a mãe -, e já.
Ela foi, mas reclamando. Levou o mais bonito jarro de prata da casa.
Mal chegou à fonte, viu sair do bosque uma dama magnificamente vestida, que veio lhe pedir água.
Era a mesma fada que tinha aparecido para a irmã, mas que surgia agora disfarçada de princesa, para ver até onde ia a educação daquela moça.
- Será que foi para lhe dar de beber que eu vim aqui? - disse a grosseira e orgulhosa. - Se foi, tenho até um jarro de prata para a madame! Tome, beba no jarro, se quiser.
- Você é muito mal-educada - disse a fada, sem ficar brava.
- Pois muito bem! Já que é tão pouco cortês, seu dom será o de soltar pela boca, a cada palavra que disser, uma cobra ou um sapo.
Quando a mãe a viu chegar, logo lhe disse:
- E então, filha?
- Então, mãe! - respondeu amal-educada, soltando pela boca duas cobras e dois sapos.
- Meu Deus! - gritou a mãe -, o que é isso? A culpa é da sua irmã, ela me paga. E imediatamente ela foi atrás da mais nova para espancá-la.
A pobrezinha fugiu e foi se esconder na floresta mais próxima.
O filho do rei, que estava voltando da caça, encontrou-a e, vendo como era linda, perguntou-lhe o que fazia ali tão sozinha e por que estava chorando.
- Ai de mim, senhor, foi minha mãe que me expulsou de casa.
O filho do rei, vendo sair de sua boca cinco ou seis pérolas e outros tantos diamantes, pediu-lhe que lhe dissesse de onde vinha aquilo.
Ela lhe contou toda a sua aventura. O filho do rei apaixonou-se por ela e, considerando que tal dom valia mais do que qualquer dote, levou-a ao palácio do rei, seu pai, onde se casou com ela.
Quanto à irmã, a mãe ficou tão irada contra ela que a expulsou de casa. 
E a infeliz, depois de muito andar sem encontrar ninguém que a abrigasse, acabou morrendo num canto do bosque.

MORAL DA HISTÓRIA

Se diamantes e dinheiro têm
Para as pessoas valor, 
Mais valor têm as palavras
E, mais que valor, resplendor.
Fonte: www.qdivertido.com.br

Cinderela

Cinderela era uma moça muito bonita, boa, inteligente e triste.
Os pais tinham morrido e ela morava num castelo. A dona do castelo era uma mulher muito má que tinha duas filhas: Anastácia e Genoveva.
Borralheira, sozinha, fazia todos os serviços do enorme, castelo (limpava, cozinhava, passava a roupa, arrumava) e nada recebia em troca. Seus únicos amigos eram os ratinhos, os pássaros, um cavalo e um gato.
Certo dia, o mensageiro do Rei passou pela cidade e informou que ele convidava todas as moças para um baile, onde o Príncipe ia escolher a esposa. Genoveva e Anastácia brigaram, porque ambas queriam ser a esposa do Príncipe.
- Eu também posso ir? - perguntou Cinderela.
                                                                         
- Só se tiver um vestido bonito e depois de acabar todo o serviço! - respondeu a dona do castelo.
Cinderela correu para o quarto, chorando, porque não tinha vestidos bonitos.
Os ratinhos e os passarinhos, que ouviram a conversa, fizeram um vestido para a amiga.
No dia do baile, quando a moça entrou no quarto, depois de trabalhar o dia inteiro, ficou surpresa: Ah, que vestido lindo, feito pelos meus amiguinhos! Borralheira ficou feliz, porque, agora,. também pode-ria ir a festa. Mas, quando chegou na sala, toda bonita, as duas irmãs invejosas pularam em cima dela e rasgaram o vestido.
Chorando muito, Borralheira recolheu os trapos, pôs tudo dentro de um saco e correu para o jardim.
De repente, apareceu uma luz muito brilhante que se transformou numa linda mulher.
                                                                                  - Eu sou sua fada-madrinha e vim ajudar você. Vou lhe fazer um vestido lindo e você poderá ir ao baile. Mas esteja de volta antes da meia-noite, quando tudo voltará o que era.
A fada tocou a varinha de condão em Borralheira, e ela surgiu num vestido multo bonito. Uma abóbora virou ,- carruagem; os ratinhos fogosos cavalos brancos; seus tamancos de madeira, ricos sapatinhos de cristal.
- Obrigada, minha boa fada-madrinha - disse Borralheira. - Até logo!
- Até logo! - respondeu a fada. Divirta-se, mas não se esqueça: o encanto acabará à meia-noite! Cinderela foi a moça mais bonita do baile. 0 Príncipe se apaixonou logo que a viu e dançou com ela a noite inteira.
Anastácia, Genoveva e a mãe ficaram furiosas.
Quando já ia bater a meia- noite, Borralheira saiu correndo, com medo de que o encanto se desfizesse na frente de todos.
O Príncipe correu atrás dela, mas não alcançou-a. Durante a fuga, Borralheira perdeu um dos sapatinhos de cristal na escadaria do palácio.
Como a bela moça não tinha tempo para voltar, deixou o sapatinho ela mesmo.
Cinderela ainda estava na rua quando tudo voltou a ser como antes. Só o sapatinho de cristal não voltou a ser o velho tamanco de madeira.
Ah pensava ela, enquanto voltava para casa como o Príncipe é bom e bonito! Pena que eu nunca mais o verei de novo! Gostaria tanto que ele me escolhesse para sua noiva...
Enquanto isso, no castelo, o Príncipe achava o outro sapatinho de cristal.
Como aquela moça era bonita e graciosa! - disse ele ao Rei. Mas eu nem sei o nome dela. A única pista que tenho é este sapatinho...
0 Rei, percebendo que o filho estava apaixonado, mandou que um criado experimentasse o sapatinho de cristal em todas as moças do reino. Era impossível que houvesse mais de uma moça com aquele pezinho tão delicado
0 mensageiro levou muito tempo para descobrir a verdadeira dona do sapatinho, mas, finalmente, achou Cinderela.
- Que beleza! - exclamou ao ver que o calçado dava direitinho no pé da moça. - Encontrei quem o Príncipe queria!
Imaginem a inveja das donas do castelo quando Borralheira se casou com o Príncipe.
FIM
Fonte: www.virtualbooks.com.br

A FESTA NO CÉU



 Entre todas as aves, espalhou-se a notícia de uma festa no
Céu. Todas as aves compareceriam e começaram a fazer
inveja aos animais e outros bichos da terra incapazes de vôo.
- Que não tem pena não vai poder ir a ao Céu – berrava a
Maritaca toda orgulhosa.
Imaginem quem foi dizer que ia também à festa... O Sapo-Boi,
que não querendo ficar pra trás, tratou logo de dizer:
- Eu também vou.
A Maritaca ficou surpresa:
- Como?! Sapo não voa.
- E precisa?
- Como você é ignorante. Fala pros cotovelos. Onde já se viu
sapo voar?
Pois bem, o Sapo-Boi disse que tinha sido convidado e que ia
sem dúvida nenhuma.
 - Sou convidado de honra do São Pedro. Ele me disse que não
abre o portão do Céu enquanto eu não chegar.
Os bichos só faltaram morrer de rir e Maritaca, então, nem se
fala.
Disparou a falar mal do Sapo-Boi. Dizia que ele era pesado e
nem sabia dar uma corrida, seria capaz de aparecer naquelas
alturas.
- Sua língua, Dona Maritaca, não é feita de aço, mas ela corta
uma navalha.
Para não ter que brigar com a Maritaca, o Sapo-Boi saiu de
perto, resmungando pra si mesmo: Essa Maritaca é como
pernilongo, só cala o bico com um tapa.
O Sapo-Boi tinha seu plano. Estão rindo de mim, mas não
perdem por esperar. Duas palavras abrem qualquer porta:
puxe e empurre. Vou nesta festa nem que tenho que pregar
penas por todo o corpo.

Tenho uma idéia: vou procurar o Urubu. Posso descolar uma
carona. A esperteza é fazer isto com arte! Não há urubu que
não cobiça uma boa carniça. Basta-me oferecer pra ele as
carniças do brejo que ele me leva. São as pequenas coisas que
fazem as grandes diferenças – assim foi pensando o Sapo-Boi.
Na véspera da Festa do Céu, procurou o Urubu e deu uma
prosa boa divertindo muito o dono da casa. Prometeu mundo e
fundos pro carniceiro. Depois disse:
- Você vai à Festa no Céu.
- Vou sim. Todas as aves foram convidadas. Se você fosse uma ave, teria sido também – disse o Urubu.

.O Sapo-Boi que era muito vaidoso e orgulho até os cabelos e,
só pra não dar o braço a torcer, completou:
- Bom, camarada Urubu, quem é coxo parte cedo e eu vou
indo, porque o caminho é comprido. Tem que me apressar,
ainda vou me arrumar para ir a Festa no Céu.
O Urubu também ficou surpreso:
- Você vai mesmo?
- Se vou? Claro!
- De que jeito?
- Indo – respondeu o Sapo-Boi com sua bocarra escancarada,
todo confiante. - Até lá, camarada Urubu, sem falta!
Em vez de sair da casa o Urubu, o Sapo-Boi deu um pulo pela
janela do quarto do Urubu e vendo a viola, em cima da cama,
meteu-se dentro dela, encolhendo-se todo, ajuntando bem as
penas longas. Se você controla os pés, controla a mente. Ficou
quietinho: Aqui me ajeito. Vou ou não vou na Festa?! Sempre
tem um chinelo velho para um pé cansado.
O urubu, mais tarde, pegou na viola, amarrou-a a tira-colo e
bateu asas para o céu, vrru-rru-rrum... O Sapo-Boi ficou na
sua, bem amoitado no fundo da viola.
Chegando ao céu, o Urubu arriou a viola em um canto e foi
procurar as outras aves pra prosear.
O Sapo-Boi botou um olhão de fora e, vendo que estava
sozinho, ninguém pra xeretar, deu um pulo e ganhou a pista
da Festa, todo satisfeito.
Não queiram saber o espanto que as aves tiveram, vendo o
sapo pulando no céu!
 Perguntaram e perguntaram curiosas:
- Como você chegou até aqui?
Mas o Sapo-Boi, esperto demais, só fazia conversa mole:
- Chegando, uai.
A Maritaca na acreditava no que via: tem carne escondida
debaixo desse angu. Em terra de cego, quem tem um olho é
rei, dois é deus e três é o diabo. Ainda descubro com esse
bocudo veio parar aqui.
A festa começou e o sapo tomou parte se exibindo o tempo
todo. Nem pro Urubu ele quis contar. Foi até arrogante:
- Eu não lhe disse que vinha? Cabra-macho não bebe água,
masca fumo e engole a baba.
Pela madrugada, sabendo que só podia voltar do mesmo jeito
da vinda, o Sapo-Boi foi-se esgueirando e correu para onde o
Urubu havia deixado a viola. Encontrou a viola e acomodou-se,
como da outra feita.
O sol ia saindo, acabou-se a festa e os convidados foram
voando, cada um para seu destino. O Urubu agarrou a sua
viola e tocou-se para a terra, vrru-rru-rrum...
Ia pelo meio do caminho, quando, numa curva, o sapo mexeuse
e o urubu, espiando para dentro do instrumento, viu o bicho
lá no escuro, todo curvado, feito uma bola. Só os enormes
olhos brilhando.
- Ah! camarada sapo! É assim que você vai à festa no Céu?
- Uma carona não faz mal a ninguém – respondeu o Sapo-Boi,
meio sem jeito.

- Então foi desse jeito que você veio?
- Coác! Usando um pouco minha inteligência, né, camarada.
O Urubu achou o Sapo-Boi muito folgado e, além do mais, ele
contou muito papo na festa. Me fez de bobo. Se tivesse ao
menos me contado. Merece um castigo – concluiu o Urubu.
- Vou te jogar lá embaixo – avisou pro Sapo-Boi.
- Cê tá louco?! – berrou o Sapo-Boi, escancarando o bocão.
O Urubu estava decidido em atirar o Sapo-Boi lá de cima.
- Pode escolher: quer cair no chão ou na água?
O Sapo-Boi desconfiou da proposta: conhecendo o urubu, ele
vai me pirraçar. Boca de mel, coração de fel. Vai me jogar
onde eu não escolher. Para quem está se afogando, jacaré é
tronco. Cachorro mordido de cobra tem medo até de lingüiça.
Então, o Sapo-Boi querendo ser mais esperto que o Urubu, foi
logo dizendo:
- Me joga no chão mesmo.
Urubu ficou surpreso com o pedido. Este sapo deve ter pirado.
- Tem certeza que isso mesmo que você quer?
- Claro, camarada Urubu – completou o Sapo-Boi, resmungo
pra si mesmo: O destino não é uma questão de sorte, é uma
questão de escolha.
E, naquelas alturas, o Urubu emborcou a viola. O sapo
despencou-se para baixo e veio zunindo. E rezava: - Coác! Se
eu desta escapar, nunca mais boto as patas nas alturas!

Nem converso demais. É melhor calar-se e deixar que as pessoas
pensem que você é tolo, do que falar e acabar com a dúvida.
E vendo as serras lá embaixo, berrou desesperado:
- Coác! Arreda pedras!
E as pedras não arredaram. O Sapo-Boi então pode concluir
antes de esborrachar nelas: A esperança é um urubu pintado
de verde.
Bateu em cima das pedras como um tomate maduro,
esparramando-se todo. Ficou em pedaços.
Conta-se, lá pras bandas do brejo, que Nossa Senhora, com
pena do infeliz sapo, juntou todos os pedaços do seu corpo
esparramado nas pedras e o sapo viveu de novo. Aprendeu
uma sábia lição: Nosso verdadeiro inimigo está em nós
mesmos. Não são os grandes planos que dão certo, são os
pequenos detalhes. Não cuidei dos detalhes.
- Por isso o sapo tem o couro todo cheio de remendos. A
primeira vítima da ignorância é o próprio ignorante – explica a
Maritaca, sempre com certa maldade nos olhos esverdeados
toda vez que conta essa história.











 

 CHAPEUZINHO VERMELHO                                           

Era uma vez, numa aldeia pequenina, uma meninazinha linda como uma flor; sua mãe gostava muito dela, e sua avozinha ainda mais.
Esta boa senhora lhe fizera um chapeuzinho vermelho que lhe assentava tão bem que em toda parte ela era conhecida como a Menina do Chapeuzinho Vermelho.
Um dia, sua mãe fez uns bolinhos muito gostosos e lhe disse:
- Vá saber noticias da avozinha porque me contaram que ela esta doente; leva estes bom filhos para ela e este potinho de manteiga.
Chapeuzinho Vermelho saiu logo para ir visitar sua vovozinha, que morava em outra aldeia.
Passando por um bosque, encontrou o compadre lobo, que ficou louco de vontade de come-la; não teve coragem, porem, por causa de uns lenhadores que estavam na floresta.
0 lobo perguntou então a Chapeuzinho Vermelho para onde ela ia. A pobre menina, que não sabia que conversar com lobo e coisa muito perigosa, respondeu-lhe:
- Vou visitar minha avozinha e levar uns bolinhos e um potinho de manteiga que minha mãe fez para ela.
- Ela mora muito longe daqui? perguntou o lobo.
- Muito longe, respondeu-lhe Chapeuzinho Vermelho; depois daquele moinho que o senhor esta vendo lá longe, e a primeira casa.
Muito bem! disse o lobo, eu também quero ir visitar sua avozinha; eu vou por este caminho e você vai por aquele; vamos ver quem chega primeiro !
0 lobo começou a correr o mais que podia pelo caminho mais curto; a meninazinha foi pelo mais comprido, divertindo-se em colher avelas, em correr atrás das borboletas e em fazer ramos com as florezinhas que encontrava.
0 lobo não demorou a chegar a casa da avozinha; bateu, bateu na porta, tóc, tóc, tóc...
- Quem esta ai?
- É a sua netinha, Chapeuzinho Vermelho”, disse o
lobo imitando a voz da menina, “que vem lhe trazer uns bolinhos. e um pote de manteiga que mamãe mandou”.
A boa avozinha, que estava de cama por achar-se doente, gritou-lhe:
- Puxa a tranca, que a porta abre.
0 lobo puxou a tranca e a porta abriu-se.
Então ele atirou-se em cima da avozinha e devorou-a num instante, porque fazia três dias que não comia. Depois fechou a porta e foi-se deitar na cama da avozinha esperando o Chapeuzinho Vermelho, que pouco depois também batia na porta, tóc, tóc, tóc...
- Quem está aí?
Chapeuzinho Vermelho, ouvindo a voz grossa do lobo, teve um pouco de medo, mas depois, pensando que talvez sua avozinha estivesse resfriada, respondeu:
- É a sua netinha, Chapeuzinho Vermelho, que lhe vem trazer uns bolinhos e um potinho de manteiga que a mamãe lhe mandou.
0 lobo, abrandando um pouco a voz, lhe diz:
- Puxa a tranca, que a porta abre!
Chapeuzinho Vermelho puxou a tranca e a porta abriu-se.
Quando o lobo a viu entrar, escondeu-se debaixo das cobertas e lhe disse :
- Põe os bolinhos e o potinho de manteiga em cima da mesa e vem deitar comigo aqui na cama!
Chapeuzinho Vermelho tirou a capinha e o capuz e foi para a cama, onde ficou muito espantada por ver sua avozinha tão diferente.
Ela lhe disse:
- Como você tem os braços compridos, minha avozinha!
- É para te abraçar com força, minha netinha !
- Como você tem as pernas compridas, avozinha !
- E para correr depressa, minha netinha !
- Como você tem as orelhas grandes, minha avozinha!
- E para te ouvir melhor, minha netinha !
- Como você tem os olhos grandes, minha avozinha!
- E para te enxergar melhor, minha netinha !
- Como você tem os dentes pontudos, avozinha !
- E para te comer! E, dizendo isto, jogou-se sobre Chapeuzinho Vermelho e devorou-a.
0 lobo, farto de tanta comida, tornou a deitar-se na cama; dormiu e começou a roncar fazendo um barulhão.
Ora, aconteceu que por ali passou um caçador.
- Meu Deus! Como a avozinha esta roncando alto! Vou entrar para ver se ela esta doente.
O caçador entrou no quarto, e quando chegou perto da cama viu que era o lobo que roncava todo satisfeito.
- Ah, ah! Ate que enfim te peguei, seu patife! Já não era sem tempo.
Quando ia pegar na espingarda para mata-lo com um tiro, lembrou-se que o lobo com certeza comera a avozinha, mas talvez ainda houvesse jeito de salva-la.
Então, em vez de atirar, pegou numa tesoura muito grande e abriu a enorme barriga do lobo, que não parava de roncar. Mal tinha dado duas tesouradas e viu aparecer Chapeuzinho Vermelho, mais duas, e a meninazinha pulava no chão!
- Como eu tive medo! Estava tão escuro dentro da barriga do lobo!
Depois a avozinha saiu também, mal respirando, mas ainda viva.
Então Chapeuzinho Vermelho foi depressa buscar umas pedras e com elas os dois encheram a barriga do lobo. Quando ele acordou e viu toda aquela gente, quis fugir da cama, mas as pedras eram tão pesadas que ele caiu no chão com toda a força e morreu no mesmo instante.
Então os nossos três amigos ficaram muito contentes; o caçador tirou a pele do lobo e voltou para casa; a avozinha comeu os bolinhos e o potinho de manteiga que o
Chapeuzinho lhe trouxera e achou-os deliciosos.
E Chapeuzinho Vermelho disse:
- Nunca mais vou desobedecer a mamãe correndo no bosque e conversando com o lobo mau !
FIM.


 A CIGARRA E A FORMIGA 




Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque, sem se preocupar com o futuro. Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma folha pesada, perguntou:
- Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente aproveitar! O verão é para gente se divertir!
- Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso trabalhar agora para guardar comida para o inverno.
Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer.
Um belo dia, passou de novo perto da formiguinha carregando outra pesada folha.
A cigarra então aconselhou:
- Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos, formiguinha, vamos cantar! Vamos dançar!
A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a cigarra levava e ficou encantada. Resolveu viver também como sua amiga.
Mas, no dia seguinte, apareceu a rainha do formigueiro e, ao vê-la se divertindo, olhou feio para ela e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha terminado a vidinha boa.
A rainha das formigas falou então para a cigarra:
- Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender, cigarra! Vai passar fome e frio.
A cigarra nem ligou, fez uma reverência para rainha e comentou:
- Hum!! O inverno ainda está longe, querida!
Para cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje, sem pensar no amanhã. Para que construir um abrigo? Para que armazenar alimento? Pura perda de tempo.
Certo dia o inverno chegou, e a cigarra começou a tiritar de frio. Sentia seu corpo gelado e não tinha o que comer. Desesperada, foi bater na casa da formiga.
Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente a cigarra quase morta de frio.
Puxou-a para dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quente e deliciosa.
Naquela hora, apareceu a rainha das formigas que disse à cigarra: - No mundo das formigas, todos trabalham e se você quiser ficar conosco, cumpra o seu dever: toque e cante para nós.
Para cigarra e paras formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas vidas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário