Adaptado do conto dos Irmãos Grimm
Era uma vez um lenhador que vivia feliz com
sua esposa. Os dois estavam muito contentes porque a mulher estava
grávida do primeiro filho do casal.
Ao lado da casa do lenhador morava um bruxa muito egoísta.
Ela nunca dava nada para ninguém. O quintal de sua casa era enorme
e tinha um pomar e uma horta cheios de frutas e legumes saborosos,
mas a bruxa construiu um muro bem alto cercando seu quintal, para
ninguém ver o que tinha lá dentro!
Na casa do lenhador havia uma janela que se abria para o
lado da casa da bruxa, e sua esposa ficava horas ali olhando para
os rabanetes da horta, cheia de vontade...
Um dia a mulher ficou doente. Não conseguia comer nada que
seu marido lhe preparava. Só pensava nos rabanetes...
O lenhador ficou preocupado com a doença de sua mulher e
resolveu ir buscar os rabanetes para a esposa. Esperou anoitecer,
pulou o muro do quintal da bruxa e pegou um punhado deles.
Os rabanetes estavam tão apetitosos que a mulher quis comer
mais. O homem teve que voltar várias noites ao quintal da bruxa
pois, graças aos rabanetes, a mulher estava quase curada.
Uma noite, enquanto o lenhador colhia os rabanetes, a velha
bruxa surgiu diante dele cercada por seus corvos.
— Olhem só! — disse a velhota — Agora sabemos quem está roubando meus rabanetes!
O homem tentou se explicar, mas a bruxa já sabia de tudo e
exigiu em troca dos rabanetes a criança que ia nascer.
O pobre lenhador ficou tão apavorado que não conseguiu dizer não
para a bruxa.
Pouco tempo depois, nasceu uma linda menina. O lenhador e
sua mulher estavam muito felizes e cuidavam da criança com todo o
carinho.
Mas a bruxa veio buscar a menina. Os pais choraram e
imploraram para ficar com a criança, mas não adiantou. A malvada a
levou e lhe deu o nome de Rapunzel.
Passaram-se os anos. Rapunzel cresceu e ficou muito linda. A
bruxa penteava seus longos cabelos em duas traças, e pensava:
“Rapunzel está cada vez mais bonita! Vou prendê-la numa
torre da floresta, sem porta e com apenas uma janela, bem alta,
para que ninguém a roube de mim, e usarei suas tranças como
escada.”sua esposa. Os dois estavam muito contentes porque a mulher estava
grávida do primeiro filho do casal.
Ao lado da casa do lenhador morava um bruxa muito egoísta.
Ela nunca dava nada para ninguém. O quintal de sua casa era enorme
e tinha um pomar e uma horta cheios de frutas e legumes saborosos,
mas a bruxa construiu um muro bem alto cercando seu quintal, para
ninguém ver o que tinha lá dentro!
Na casa do lenhador havia uma janela que se abria para o
lado da casa da bruxa, e sua esposa ficava horas ali olhando para
os rabanetes da horta, cheia de vontade...
Um dia a mulher ficou doente. Não conseguia comer nada que
seu marido lhe preparava. Só pensava nos rabanetes...
O lenhador ficou preocupado com a doença de sua mulher e
resolveu ir buscar os rabanetes para a esposa. Esperou anoitecer,
pulou o muro do quintal da bruxa e pegou um punhado deles.
Os rabanetes estavam tão apetitosos que a mulher quis comer
mais. O homem teve que voltar várias noites ao quintal da bruxa
pois, graças aos rabanetes, a mulher estava quase curada.
Uma noite, enquanto o lenhador colhia os rabanetes, a velha
bruxa surgiu diante dele cercada por seus corvos.
— Olhem só! — disse a velhota — Agora sabemos quem está roubando meus rabanetes!
O homem tentou se explicar, mas a bruxa já sabia de tudo e
exigiu em troca dos rabanetes a criança que ia nascer.
O pobre lenhador ficou tão apavorado que não conseguiu dizer não
para a bruxa.
Pouco tempo depois, nasceu uma linda menina. O lenhador e
sua mulher estavam muito felizes e cuidavam da criança com todo o
carinho.
Mas a bruxa veio buscar a menina. Os pais choraram e
imploraram para ficar com a criança, mas não adiantou. A malvada a
levou e lhe deu o nome de Rapunzel.
Passaram-se os anos. Rapunzel cresceu e ficou muito linda. A
bruxa penteava seus longos cabelos em duas traças, e pensava:
“Rapunzel está cada vez mais bonita! Vou prendê-la numa
torre da floresta, sem porta e com apenas uma janela, bem alta,
para que ninguém a roube de mim, e usarei suas tranças como
E assim aconteceu. Rapunzel, presa na torre, passava os dias
trançando o cabelo e cantando com seus amigos passarinhos.
Todas as vezes que a bruxa queria visitá-la ia até a torre e
gritava:
— Rapunzel! Jogue-me suas tranças!
A menina jogava as tranças e a bruxa as usava para escalar a
torre.
Um dia passou por ali um príncipe que ouviu Rapunzel
cantarolando algumas canções. Ele ficou muito curioso para saber
de quem era aquela linda voz. Caminhou as redor da torre e
percebeu que não tinha nenhuma entrada, e que a pessoa que cantava
estava presa.
O príncipe ouviu um barulho e se escondeu, mas pôde ver a
velha bruxa gritando sob a janela:
— Rapunzel! Jogue-me suas tranças!
O príncipe, então, descobriu o segredo. Na noite seguinte
foi até a torre e imitou a voz da bruxa:
— Rapunzel! Jogue-me suas tranças!
Rapunzel obedeceu o chamado, mas assustou-se ao ver o
príncipe entrar pela janela.
— Oh! Quem é você? — perguntou Rapunzel.
O príncipe contou o que acontecera e declarou seu amor por
Rapunzel. Ela aceitou se encontrar com ele, mas pediu que os
encontros fossem às escondidas, pois a bruxa era muito ciumenta.
Os dois passaram a se ver todos os dias, até que Rapunzel,
muito distraída, disse um dia para a bruxa:
— Puxa, a senhora é bem mais pesada que o príncipe!
A bruxa descobriu os encontros da menina com o príncipe e
cortou suas tranças. Chamou seus corvos e ordenou que levassem
Rapunzel para o deserto para que ela vivesse sozinha.
O príncipe, que não sabia de nada, foi visitar Rapunzel. A
bruxa segurou as tranças da menina e as jogou para baixo. Quando
ele chegou na janela, a bruxa o recebeu com uma risada macabra e
largou as tranças. Ele despencou, caindo sobre uma roseira. Os
espinhos furaram seus olhos, e ele ficou cego.
Mesmo assim, o príncipe foi procurar sua amada Rapunzel,
tateando e gritando seu nome.
Andou por dias, até chegar ao deserto. Rapunzel ouviu o
príncipe chamar por ela e correu ao seu encontro. Quando descobriu
que o príncipe estava cego começou a chorar. Duas lágrimas caíram
dentro dos olhos do rapaz e ele voltou a enxergar!
Assim, os dois jovens foram para o palácio do príncipe, se
casaram e viveram felizes. Os pais de Rapunzel foram morar no
palácio e a bruxa egoísta ficou com tanta raiva que se trancou na
torre e nunca mais saiu de lá.
trançando o cabelo e cantando com seus amigos passarinhos.
Todas as vezes que a bruxa queria visitá-la ia até a torre e
gritava:
— Rapunzel! Jogue-me suas tranças!
A menina jogava as tranças e a bruxa as usava para escalar a
torre.
Um dia passou por ali um príncipe que ouviu Rapunzel
cantarolando algumas canções. Ele ficou muito curioso para saber
de quem era aquela linda voz. Caminhou as redor da torre e
percebeu que não tinha nenhuma entrada, e que a pessoa que cantava
estava presa.
O príncipe ouviu um barulho e se escondeu, mas pôde ver a
velha bruxa gritando sob a janela:
— Rapunzel! Jogue-me suas tranças!
O príncipe, então, descobriu o segredo. Na noite seguinte
foi até a torre e imitou a voz da bruxa:
— Rapunzel! Jogue-me suas tranças!
Rapunzel obedeceu o chamado, mas assustou-se ao ver o
príncipe entrar pela janela.
— Oh! Quem é você? — perguntou Rapunzel.
O príncipe contou o que acontecera e declarou seu amor por
Rapunzel. Ela aceitou se encontrar com ele, mas pediu que os
encontros fossem às escondidas, pois a bruxa era muito ciumenta.
Os dois passaram a se ver todos os dias, até que Rapunzel,
muito distraída, disse um dia para a bruxa:
— Puxa, a senhora é bem mais pesada que o príncipe!
A bruxa descobriu os encontros da menina com o príncipe e
cortou suas tranças. Chamou seus corvos e ordenou que levassem
Rapunzel para o deserto para que ela vivesse sozinha.
O príncipe, que não sabia de nada, foi visitar Rapunzel. A
bruxa segurou as tranças da menina e as jogou para baixo. Quando
ele chegou na janela, a bruxa o recebeu com uma risada macabra e
largou as tranças. Ele despencou, caindo sobre uma roseira. Os
espinhos furaram seus olhos, e ele ficou cego.
Mesmo assim, o príncipe foi procurar sua amada Rapunzel,
tateando e gritando seu nome.
Andou por dias, até chegar ao deserto. Rapunzel ouviu o
príncipe chamar por ela e correu ao seu encontro. Quando descobriu
que o príncipe estava cego começou a chorar. Duas lágrimas caíram
dentro dos olhos do rapaz e ele voltou a enxergar!
Assim, os dois jovens foram para o palácio do príncipe, se
casaram e viveram felizes. Os pais de Rapunzel foram morar no
palácio e a bruxa egoísta ficou com tanta raiva que se trancou na
torre e nunca mais saiu de lá.
Fonte: www.qdivertido.com.br
AS FADAS
Era uma vez uma viúva que tinha duas filhas.
A mais velha se parecia tanto com ela, no humor e de rosto, que quem a via, enxergava a própria mãe. Mãe e filha eram tão desagradáveis e orgulhosas que ninguém as suportava.
A filha mais nova, que era o retrato do pai, pela doçura e pela educação, era, ainda por cima, a mais linda moça que já se viu.
Como queremos bem, naturalmente, a quem se parece conosco, essa mãe era louca pela filha mais velha. E tinha, ao mesmo tempo, uma tremenda antipatia pela mais nova, que comia na cozinha e trabalhava sem parar como se fosse uma criada.
Tinha a pobrezinha, entre outras coisas, de ir, duas vezes por dia, buscar água a meia légua de casa, com uma enorme moringa, que voltava cheia e pesada.
Um dia, nessa fonte, lhe apareceu uma pobre velhinha, pedindo água:
- Pois não, boa senhora - disse a linda moça.
E, enxaguando a moringa, tirou água da mais bela parte da fonte, dando-lhe de beber com as próprias mãos, para auxiliá-la.
A boa velhinha bebeu e disse:
- Você é tão bonita, tão boa, tão educada, que não posso deixar de lhe dar um dom .Na verdade, essa mulher era uma fada, que tinha tomado a forma de uma pobre camponesa para ver até onde ia a educação daquela jovem.
- A cada palavra que falar - continuou a fada -, de sua boca sairão uma flor ou uma pedra preciosa.
Quando a linda moça chegou a casa, a mãe reclamou da demora.
- Peço-lhe perdão, minha mãe - disse a pobrezinha -, por ter demorado tanto.
E, dizendo essas palavras, saíram-lhe da boca duas rosas, duas pérolas e dois enormes diamantes.
- O que é isso? - disse a mãe espantada -, acho que estou vendo pérolas e diamantes saindo da sua boca. De onde é que vem isso, filha? Era a primeira vez que a chamava de filha.
A pobre menina contou-lhe honestamente tudo o que tinha acontecido, não sem pôr para fora uma infinidade de diamantes.
- Nossa! - disse a mãe -, tenho de mandar minha filha até a fonte.
- Filha, venha cá, venha ver o que está saindo da boca de sua irmã quando ela fala; quer ter o mesmo dom? Pois basta ir à fonte, e, quando uma pobre mulher lhe pedir água, atenda-a educadamente.
- Só me faltava essa! - respondeu a mal-educada- Ter de ir até a fonte!
- Estou mandando que você vá - retrucou a mãe -, e já.
- Estou mandando que você vá - retrucou a mãe -, e já.
Ela foi, mas reclamando. Levou o mais bonito jarro de prata da casa.
Mal chegou à fonte, viu sair do bosque uma dama magnificamente vestida, que veio lhe pedir água.
Era a mesma fada que tinha aparecido para a irmã, mas que surgia agora disfarçada de princesa, para ver até onde ia a educação daquela moça.
- Será que foi para lhe dar de beber que eu vim aqui? - disse a grosseira e orgulhosa. - Se foi, tenho até um jarro de prata para a madame! Tome, beba no jarro, se quiser.
- Você é muito mal-educada - disse a fada, sem ficar brava.
- Pois muito bem! Já que é tão pouco cortês, seu dom será o de soltar pela boca, a cada palavra que disser, uma cobra ou um sapo.
Quando a mãe a viu chegar, logo lhe disse:
- E então, filha?
- Então, mãe! - respondeu amal-educada, soltando pela boca duas cobras e dois sapos.
- Meu Deus! - gritou a mãe -, o que é isso? A culpa é da sua irmã, ela me paga. E imediatamente ela foi atrás da mais nova para espancá-la.
A pobrezinha fugiu e foi se esconder na floresta mais próxima.
O filho do rei, que estava voltando da caça, encontrou-a e, vendo como era linda, perguntou-lhe o que fazia ali tão sozinha e por que estava chorando.
- Ai de mim, senhor, foi minha mãe que me expulsou de casa.
O filho do rei, vendo sair de sua boca cinco ou seis pérolas e outros tantos diamantes, pediu-lhe que lhe dissesse de onde vinha aquilo.
Ela lhe contou toda a sua aventura. O filho do rei apaixonou-se por ela e, considerando que tal dom valia mais do que qualquer dote, levou-a ao palácio do rei, seu pai, onde se casou com ela.
Quanto à irmã, a mãe ficou tão irada contra ela que a expulsou de casa.
E a infeliz, depois de muito andar sem encontrar ninguém que a abrigasse, acabou morrendo num canto do bosque.
E a infeliz, depois de muito andar sem encontrar ninguém que a abrigasse, acabou morrendo num canto do bosque.
MORAL DA HISTÓRIA
Se diamantes e dinheiro têm
Para as pessoas valor,
Mais valor têm as palavras
E, mais que valor, resplendor.
Para as pessoas valor,
Mais valor têm as palavras
E, mais que valor, resplendor.
Fonte: www.qdivertido.com.br
Cinderela
Cinderela era uma moça muito bonita, boa, inteligente e triste.
Os pais tinham morrido e ela morava num castelo. A dona do castelo era uma mulher muito má que tinha duas filhas: Anastácia e Genoveva.
Borralheira, sozinha, fazia todos os serviços do enorme, castelo (limpava, cozinhava, passava a roupa, arrumava) e nada recebia em troca. Seus únicos amigos eram os ratinhos, os pássaros, um cavalo e um gato.
Certo dia, o mensageiro do Rei passou pela cidade e informou que ele convidava todas as moças para um baile, onde o Príncipe ia escolher a esposa. Genoveva e Anastácia brigaram, porque ambas queriam ser a esposa do Príncipe.
- Eu também posso ir? - perguntou Cinderela.
- Só se tiver um vestido bonito e depois de acabar todo o serviço! - respondeu a dona do castelo.
Cinderela correu para o quarto, chorando, porque não tinha vestidos bonitos.
Os ratinhos e os passarinhos, que ouviram a conversa, fizeram um vestido para a amiga.
No dia do baile, quando a moça entrou no quarto, depois de trabalhar o dia inteiro, ficou surpresa: Ah, que vestido lindo, feito pelos meus amiguinhos! Borralheira ficou feliz, porque, agora,. também pode-ria ir a festa. Mas, quando chegou na sala, toda bonita, as duas irmãs invejosas pularam em cima dela e rasgaram o vestido.
Chorando muito, Borralheira recolheu os trapos, pôs tudo dentro de um saco e correu para o jardim.
De repente, apareceu uma luz muito brilhante que se transformou numa linda mulher.
- Eu sou sua fada-madrinha e vim ajudar você. Vou lhe fazer um vestido lindo e você poderá ir ao baile. Mas esteja de volta antes da meia-noite, quando tudo voltará o que era.
A fada tocou a varinha de condão em Borralheira, e ela surgiu num vestido multo bonito. Uma abóbora virou ,- carruagem; os ratinhos fogosos cavalos brancos; seus tamancos de madeira, ricos sapatinhos de cristal.
- Obrigada, minha boa fada-madrinha - disse Borralheira. - Até logo!
- Até logo! - respondeu a fada. Divirta-se, mas não se esqueça: o encanto acabará à meia-noite! Cinderela foi a moça mais bonita do baile. 0 Príncipe se apaixonou logo que a viu e dançou com ela a noite inteira.
Anastácia, Genoveva e a mãe ficaram furiosas.
Quando já ia bater a meia- noite, Borralheira saiu correndo, com medo de que o encanto se desfizesse na frente de todos.
O Príncipe correu atrás dela, mas não alcançou-a. Durante a fuga, Borralheira perdeu um dos sapatinhos de cristal na escadaria do palácio.
Como a bela moça não tinha tempo para voltar, deixou o sapatinho ela mesmo.
Cinderela ainda estava na rua quando tudo voltou a ser como antes. Só o sapatinho de cristal não voltou a ser o velho tamanco de madeira.
Ah pensava ela, enquanto voltava para casa como o Príncipe é bom e bonito! Pena que eu nunca mais o verei de novo! Gostaria tanto que ele me escolhesse para sua noiva...
Enquanto isso, no castelo, o Príncipe achava o outro sapatinho de cristal.
Como aquela moça era bonita e graciosa! - disse ele ao Rei. Mas eu nem sei o nome dela. A única pista que tenho é este sapatinho...
0 Rei, percebendo que o filho estava apaixonado, mandou que um criado experimentasse o sapatinho de cristal em todas as moças do reino. Era impossível que houvesse mais de uma moça com aquele pezinho tão delicado
0 mensageiro levou muito tempo para descobrir a verdadeira dona do sapatinho, mas, finalmente, achou Cinderela.
- Que beleza! - exclamou ao ver que o calçado dava direitinho no pé da moça. - Encontrei quem o Príncipe queria!
Imaginem a inveja das donas do castelo quando Borralheira se casou com o Príncipe.
FIM
Fonte: www.virtualbooks.com.br
A FESTA NO CÉU
Entre todas as aves, espalhou-se a notícia de uma festa no
Céu. Todas as aves compareceriam e começaram a fazerinveja aos animais e outros bichos da terra incapazes de vôo.
- Que não tem pena não vai poder ir a ao Céu – berrava a
Maritaca toda orgulhosa.
Imaginem quem foi dizer que ia também à festa... O Sapo-Boi,
que não querendo ficar pra trás, tratou logo de dizer:
- Eu também vou.
A Maritaca ficou surpresa:
- Como?! Sapo não voa.
- E precisa?
- Como você é ignorante. Fala pros cotovelos. Onde já se viu
sapo voar?
Pois bem, o Sapo-Boi disse que tinha sido convidado e que ia
sem dúvida nenhuma.
- Sou convidado de honra do São Pedro. Ele me disse que não
abre o portão do Céu enquanto eu não chegar.Os bichos só faltaram morrer de rir e Maritaca, então, nem se
fala.
Disparou a falar mal do Sapo-Boi. Dizia que ele era pesado e
nem sabia dar uma corrida, seria capaz de aparecer naquelas
alturas.
- Sua língua, Dona Maritaca, não é feita de aço, mas ela corta
uma navalha.
Para não ter que brigar com a Maritaca, o Sapo-Boi saiu de
perto, resmungando pra si mesmo: Essa Maritaca é como
pernilongo, só cala o bico com um tapa.
O Sapo-Boi tinha seu plano. Estão rindo de mim, mas não
perdem por esperar. Duas palavras abrem qualquer porta:
puxe e empurre. Vou nesta festa nem que tenho que pregar
penas por todo o corpo.
Tenho uma idéia: vou procurar o Urubu. Posso descolar uma
carona. A esperteza é fazer isto com arte! Não há urubu que
não cobiça uma boa carniça. Basta-me oferecer pra ele as
carniças do brejo que ele me leva. São as pequenas coisas que
fazem as grandes diferenças – assim foi pensando o Sapo-Boi.
Na véspera da Festa do Céu, procurou o Urubu e deu uma
prosa boa divertindo muito o dono da casa. Prometeu mundo e
fundos pro carniceiro. Depois disse:
- Você vai à Festa no Céu.
- Vou sim. Todas as aves foram convidadas. Se você fosse uma ave, teria sido também – disse o Urubu.
.O Sapo-Boi que era muito vaidoso e orgulho até os cabelos e,
só pra não dar o braço a torcer, completou:- Bom, camarada Urubu, quem é coxo parte cedo e eu vou
indo, porque o caminho é comprido. Tem que me apressar,
ainda vou me arrumar para ir a Festa no Céu.
O Urubu também ficou surpreso:
- Você vai mesmo?
- Se vou? Claro!
- De que jeito?
- Indo – respondeu o Sapo-Boi com sua bocarra escancarada,
todo confiante. - Até lá, camarada Urubu, sem falta!
Em vez de sair da casa o Urubu, o Sapo-Boi deu um pulo pela
janela do quarto do Urubu e vendo a viola, em cima da cama,
meteu-se dentro dela, encolhendo-se todo, ajuntando bem as
penas longas. Se você controla os pés, controla a mente. Ficou
quietinho: Aqui me ajeito. Vou ou não vou na Festa?! Sempre
tem um chinelo velho para um pé cansado.
O urubu, mais tarde, pegou na viola, amarrou-a a tira-colo e
bateu asas para o céu, vrru-rru-rrum... O Sapo-Boi ficou na
sua, bem amoitado no fundo da viola.
Chegando ao céu, o Urubu arriou a viola em um canto e foi
procurar as outras aves pra prosear.
O Sapo-Boi botou um olhão de fora e, vendo que estava
sozinho, ninguém pra xeretar, deu um pulo e ganhou a pista
da Festa, todo satisfeito.
Não queiram saber o espanto que as aves tiveram, vendo o
sapo pulando no céu!
Perguntaram e perguntaram curiosas:
- Como você chegou até aqui?Mas o Sapo-Boi, esperto demais, só fazia conversa mole:
- Chegando, uai.
A Maritaca na acreditava no que via: tem carne escondida
debaixo desse angu. Em terra de cego, quem tem um olho é
rei, dois é deus e três é o diabo. Ainda descubro com esse
bocudo veio parar aqui.
A festa começou e o sapo tomou parte se exibindo o tempo
todo. Nem pro Urubu ele quis contar. Foi até arrogante:
- Eu não lhe disse que vinha? Cabra-macho não bebe água,
masca fumo e engole a baba.
Pela madrugada, sabendo que só podia voltar do mesmo jeito
da vinda, o Sapo-Boi foi-se esgueirando e correu para onde o
Urubu havia deixado a viola. Encontrou a viola e acomodou-se,
como da outra feita.
O sol ia saindo, acabou-se a festa e os convidados foram
voando, cada um para seu destino. O Urubu agarrou a sua
viola e tocou-se para a terra, vrru-rru-rrum...
Ia pelo meio do caminho, quando, numa curva, o sapo mexeuse
e o urubu, espiando para dentro do instrumento, viu o bicho
lá no escuro, todo curvado, feito uma bola. Só os enormes
olhos brilhando.
- Ah! camarada sapo! É assim que você vai à festa no Céu?
- Uma carona não faz mal a ninguém – respondeu o Sapo-Boi,
meio sem jeito.
- Então foi desse jeito que você veio?
- Coác! Usando um pouco minha inteligência, né, camarada.
O Urubu achou o Sapo-Boi muito folgado e, além do mais, ele
contou muito papo na festa. Me fez de bobo. Se tivesse ao
menos me contado. Merece um castigo – concluiu o Urubu.
- Vou te jogar lá embaixo – avisou pro Sapo-Boi.
- Cê tá louco?! – berrou o Sapo-Boi, escancarando o bocão.
O Urubu estava decidido em atirar o Sapo-Boi lá de cima.
- Pode escolher: quer cair no chão ou na água?
O Sapo-Boi desconfiou da proposta: conhecendo o urubu, ele
vai me pirraçar. Boca de mel, coração de fel. Vai me jogar
onde eu não escolher. Para quem está se afogando, jacaré é
tronco. Cachorro mordido de cobra tem medo até de lingüiça.
Então, o Sapo-Boi querendo ser mais esperto que o Urubu, foi
logo dizendo:
- Me joga no chão mesmo.
Urubu ficou surpreso com o pedido. Este sapo deve ter pirado.
- Tem certeza que isso mesmo que você quer?
- Claro, camarada Urubu – completou o Sapo-Boi, resmungo
pra si mesmo: O destino não é uma questão de sorte, é uma
questão de escolha.
E, naquelas alturas, o Urubu emborcou a viola. O sapo
despencou-se para baixo e veio zunindo. E rezava: - Coác! Se
eu desta escapar, nunca mais boto as patas nas alturas!
Nem converso demais. É melhor calar-se e deixar que as pessoas
pensem que você é tolo, do que falar e acabar com a dúvida.
E vendo as serras lá embaixo, berrou desesperado:
- Coác! Arreda pedras!
E as pedras não arredaram. O Sapo-Boi então pode concluir
antes de esborrachar nelas: A esperança é um urubu pintado
de verde.
Bateu em cima das pedras como um tomate maduro,
esparramando-se todo. Ficou em pedaços.
Conta-se, lá pras bandas do brejo, que Nossa Senhora, com
pena do infeliz sapo, juntou todos os pedaços do seu corpo
esparramado nas pedras e o sapo viveu de novo. Aprendeu
uma sábia lição: Nosso verdadeiro inimigo está em nós
mesmos. Não são os grandes planos que dão certo, são os
pequenos detalhes. Não cuidei dos detalhes.
- Por isso o sapo tem o couro todo cheio de remendos. A
primeira vítima da ignorância é o próprio ignorante – explica a
Maritaca, sempre com certa maldade nos olhos esverdeados
toda vez que conta essa história.
CHAPEUZINHO VERMELHO
Era uma vez, numa aldeia pequenina, uma meninazinha linda como uma flor; sua mãe gostava muito dela, e sua avozinha ainda mais.
Esta boa senhora lhe fizera um chapeuzinho vermelho que lhe assentava tão bem que em toda parte ela era conhecida como a Menina do Chapeuzinho Vermelho.
Um dia, sua mãe fez uns bolinhos muito gostosos e lhe disse:
- Vá saber noticias da avozinha porque me contaram que ela esta doente; leva estes bom filhos para ela e este potinho de manteiga.
Chapeuzinho Vermelho saiu logo para ir visitar sua vovozinha, que morava em outra aldeia.
Passando por um bosque, encontrou o compadre lobo, que ficou louco de vontade de come-la; não teve coragem, porem, por causa de uns lenhadores que estavam na floresta.
0 lobo perguntou então a Chapeuzinho Vermelho para onde ela ia. A pobre menina, que não sabia que conversar com lobo e coisa muito perigosa, respondeu-lhe:
- Vou visitar minha avozinha e levar uns bolinhos e um potinho de manteiga que minha mãe fez para ela.
- Ela mora muito longe daqui? perguntou o lobo.
- Muito longe, respondeu-lhe Chapeuzinho Vermelho; depois daquele moinho que o senhor esta vendo lá longe, e a primeira casa.
Muito bem! disse o lobo, eu também quero ir visitar sua avozinha; eu vou por este caminho e você vai por aquele; vamos ver quem chega primeiro !
0 lobo começou a correr o mais que podia pelo caminho mais curto; a meninazinha foi pelo mais comprido, divertindo-se em colher avelas, em correr atrás das borboletas e em fazer ramos com as florezinhas que encontrava.
0 lobo não demorou a chegar a casa da avozinha; bateu, bateu na porta, tóc, tóc, tóc...
- Quem esta ai?
- É a sua netinha, Chapeuzinho Vermelho”, disse o
lobo imitando a voz da menina, “que vem lhe trazer uns bolinhos. e um pote de manteiga que mamãe mandou”.
A boa avozinha, que estava de cama por achar-se doente, gritou-lhe:
- Puxa a tranca, que a porta abre.
0 lobo puxou a tranca e a porta abriu-se.
Então ele atirou-se em cima da avozinha e devorou-a num instante, porque fazia três dias que não comia. Depois fechou a porta e foi-se deitar na cama da avozinha esperando o Chapeuzinho Vermelho, que pouco depois também batia na porta, tóc, tóc, tóc...
- Quem está aí?
Chapeuzinho Vermelho, ouvindo a voz grossa do lobo, teve um pouco de medo, mas depois, pensando que talvez sua avozinha estivesse resfriada, respondeu:
- É a sua netinha, Chapeuzinho Vermelho, que lhe vem trazer uns bolinhos e um potinho de manteiga que a mamãe lhe mandou.
0 lobo, abrandando um pouco a voz, lhe diz:
- Puxa a tranca, que a porta abre!
Chapeuzinho Vermelho puxou a tranca e a porta abriu-se.
Quando o lobo a viu entrar, escondeu-se debaixo das cobertas e lhe disse :
- Põe os bolinhos e o potinho de manteiga em cima da mesa e vem deitar comigo aqui na cama!
Chapeuzinho Vermelho tirou a capinha e o capuz e foi para a cama, onde ficou muito espantada por ver sua avozinha tão diferente.
Ela lhe disse:
- Como você tem os braços compridos, minha avozinha!
- É para te abraçar com força, minha netinha !
- Como você tem as pernas compridas, avozinha !
- E para correr depressa, minha netinha !
- Como você tem as orelhas grandes, minha avozinha!
- E para te ouvir melhor, minha netinha !
- Como você tem os olhos grandes, minha avozinha!
- E para te enxergar melhor, minha netinha !
- Como você tem os dentes pontudos, avozinha !
- E para te comer! E, dizendo isto, jogou-se sobre Chapeuzinho Vermelho e devorou-a.
0 lobo, farto de tanta comida, tornou a deitar-se na cama; dormiu e começou a roncar fazendo um barulhão.
Ora, aconteceu que por ali passou um caçador.
O caçador entrou no quarto, e quando chegou perto da cama viu que era o lobo que roncava todo satisfeito.
- Ah, ah! Ate que enfim te peguei, seu patife! Já não era sem tempo.
Quando ia pegar na espingarda para mata-lo com um tiro, lembrou-se que o lobo com certeza comera a avozinha, mas talvez ainda houvesse jeito de salva-la.
Então, em vez de atirar, pegou numa tesoura muito grande e abriu a enorme barriga do lobo, que não parava de roncar. Mal tinha dado duas tesouradas e viu aparecer Chapeuzinho Vermelho, mais duas, e a meninazinha pulava no chão!
- Como eu tive medo! Estava tão escuro dentro da barriga do lobo!
Depois a avozinha saiu também, mal respirando, mas ainda viva.
Então Chapeuzinho Vermelho foi depressa buscar umas pedras e com elas os dois encheram a barriga do lobo. Quando ele acordou e viu toda aquela gente, quis fugir da cama, mas as pedras eram tão pesadas que ele caiu no chão com toda a força e morreu no mesmo instante.
Então os nossos três amigos ficaram muito contentes; o caçador tirou a pele do lobo e voltou para casa; a avozinha comeu os bolinhos e o potinho de manteiga que o
Chapeuzinho lhe trouxera e achou-os deliciosos.
E Chapeuzinho Vermelho disse:
- Nunca mais vou desobedecer a mamãe correndo no bosque e conversando com o lobo mau !
FIM.
A CIGARRA E A FORMIGA
Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque, sem se preocupar com o futuro. Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma folha pesada, perguntou:
- Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente aproveitar! O verão é para gente se divertir!
- Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso trabalhar agora para guardar comida para o inverno.
Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer.
Um belo dia, passou de novo perto da formiguinha carregando outra pesada folha.
- Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente aproveitar! O verão é para gente se divertir!
- Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso trabalhar agora para guardar comida para o inverno.
Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer.
Um belo dia, passou de novo perto da formiguinha carregando outra pesada folha.
A cigarra então aconselhou:
- Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos, formiguinha, vamos cantar! Vamos dançar!
A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a cigarra levava e ficou encantada. Resolveu viver também como sua amiga.
Mas, no dia seguinte, apareceu a rainha do formigueiro e, ao vê-la se divertindo, olhou feio para ela e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha terminado a vidinha boa.
A rainha das formigas falou então para a cigarra:
- Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender, cigarra! Vai passar fome e frio.
A cigarra nem ligou, fez uma reverência para rainha e comentou:
- Hum!! O inverno ainda está longe, querida!
Para cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje, sem pensar no amanhã. Para que construir um abrigo? Para que armazenar alimento? Pura perda de tempo.
Certo dia o inverno chegou, e a cigarra começou a tiritar de frio. Sentia seu corpo gelado e não tinha o que comer. Desesperada, foi bater na casa da formiga.
Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente a cigarra quase morta de frio.
Puxou-a para dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quente e deliciosa.
Naquela hora, apareceu a rainha das formigas que disse à cigarra: - No mundo das formigas, todos trabalham e se você quiser ficar conosco, cumpra o seu dever: toque e cante para nós.
Para cigarra e paras formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas vidas.
- Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos, formiguinha, vamos cantar! Vamos dançar!
A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a cigarra levava e ficou encantada. Resolveu viver também como sua amiga.
Mas, no dia seguinte, apareceu a rainha do formigueiro e, ao vê-la se divertindo, olhou feio para ela e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha terminado a vidinha boa.
A rainha das formigas falou então para a cigarra:
- Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender, cigarra! Vai passar fome e frio.
A cigarra nem ligou, fez uma reverência para rainha e comentou:
- Hum!! O inverno ainda está longe, querida!
Para cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje, sem pensar no amanhã. Para que construir um abrigo? Para que armazenar alimento? Pura perda de tempo.
Certo dia o inverno chegou, e a cigarra começou a tiritar de frio. Sentia seu corpo gelado e não tinha o que comer. Desesperada, foi bater na casa da formiga.
Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente a cigarra quase morta de frio.
Puxou-a para dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quente e deliciosa.
Naquela hora, apareceu a rainha das formigas que disse à cigarra: - No mundo das formigas, todos trabalham e se você quiser ficar conosco, cumpra o seu dever: toque e cante para nós.
Para cigarra e paras formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas vidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário